Máscaras, fantasmas e outras transparências
Ser nós mesmos...
Complicado definir o que somos.
Se é que sabemos o que somos... porque o que queremos... ainda é mais difícil.
Use-se ou não a máscara protectora, mas mantenha-se o padrão.
Porque até as máscaras necessitam de um suporte que as mantenha fixas, coladas. Não será a máscara apenas uma extensão do que queremos para nós? Ou apenas... um mecanismo de defesa?
Uns usam-na para projectar uma imagem fictícia, irreal, demasiadamente perfeita... que nem chega a ser a sombra. Até porque a sombra tem contornos originais. Distorcidos, ampliados e sombrios, é certo... mas têm uma referência, uma origem, um principio.
Outros escondem-se na amargura, rodeando-se de espinhos e repelentes. Nestes torna-se fácil confiar. já sabemos com o que contamos: mau feitio atrás de mau feitio, não esperes doçuras.
E não... não me digas que és transparente.
Ninguém é.
Somos todos uma cambada de negociadores sociais. Trocamos o sorriso pela aceitação, a etiqueta e o ritual pela integração, a adaptação pela contaminação da partilha.
Ninguém consegue estar isolado muito tempo.
E não me venhas com os eremitas bíblicos e afins, porque se hoje conhecemos sua história, é porque em algum momento eles interagiram, comunicaram e partilharam.
Caiu a máscara do isolamento.
Uses a máscara que quiseres, ela vai estar presa em algo.
É esse algo que te vai denunciar.
No final... no final só te resta...
Comentários
Enviar um comentário