Aspirantes a Estrelas
Nas grandes cidades deforma-se o dia...
Dizem que é por segurança, para trabalharmos mais, que fica mais bonito...
Não fica.
Névoas de néon, fósforo e halogéneo. Mil sóis aspirantes a estrelas, presos por fios e por arames. Estrelas meramente pingentes e dependentes do tempo humano, máscaras de fogo, cosmética de luz... efémera.
Quem alguma vez ficou debaixo de um céu estrelado, daqueles limpos,
cheios de pontos brilhantes que nos tiram a palavra e a vontade de recolher ao abrigo, sabe que a cidade é invejosa. Não tem brilho próprio, não estará lá para sempre, e muito menos tem a pureza de todas as coisas naturalmente belas.
Hoje é uma dessas noites que nos sentimos... pequeninos.
Deliciosamente pequeninos.
E sortudos.
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