Musicas para enterrar palavras e outros latidos



Há dias em que tu acordas antes que o tirano despertador.
Cheio de energia... o sangue fervilha, tudo te parece mais nitido, mais limpo, mais definido.

Estás hiper-sensível. Não no sentido emocional, não... É algo sensorial, animalesco. Teus sentidos absorvem tudo, e tu sentes cada pedacinho que mastigas, cada odor que te entra no peito, cada reflexo no canto dos teus olhos, o som das crianças do vizinho lá no fundo da rua...

Tu estás em sintonia com o que te rodeia. Fazes parte, não és apenas observador.

E interages. Dás o teu contributo, a tua energia, da maneira que te sentes melhor no momento.

Violento. Agressivo. Predador.



É... ultimamente é só alemães aqui no Sótão. Podes não perceber nada da gutural lingua em que latem (e até é interessante a letra), mas há uma coisa que tu sentes, mesmo não entendendo népia da lingua merkliana... tu sabes quando estás diante de outro animal como tu.
Este Inquilino já viu estes senhores ao vivo. Se não me engano em 2009 e tive muita pena de não ter podido ir agora. É uma das bandas que constam do arsenal cá do Sótão.
Isto é força, poder, dominio. O latidor mor é uma autêntica besta. Sente-se. Animal puro, mas com o brilho inteligente no olhar que o torna predador perigoso, que sabe o seu poder. E lá para o meio da música, até brinca com as vitimas... O piano... naqueles tons de gozo, completamente fora de toda sonoridade pesada e forte.
É o gato que brinca com o pobre rato. Sabe que é mais forte, que no final do dia só restará um. E com a barriga cheia. Mas não lhe basta chegar, ver e vencer. Não... Há que ser momentaneamente Deus e decidir quando e como o pobre desgraçado morrerá. Sádico. O pior dos predadores.
Pois, os vizinhos lá de cima no norte da europa têm muito vincada esta caracteristica. Quando se sentem fortes, não lhes basta ser. Têm que o demonstrar. E isso é um desrespeito total para a vitima. Tira-lhes a última coisa que lhes resta: morrer dignamente, com honra.
Infelizmente os teutónicos estão de volta, e na mó de cima.

Mas mesmo no conflito, tu descobres beleza. Há gente linda por aí. Apenas precisas decidir o que é isso da beleza. Teus filtros a definem. E por vezes tempos e situações distintas mudam tua percepção, tua concepção do que é belo.



Este fulano não é maluco. Não. Pessoalmente não gosto da máscara, mas ela funciona muito bem. Vende, é rentavel. Alimenta o monstro que cada um de nós carrega. Mais escondido ou não, está lá. Dá aquilo que quem ouve procura.  ganha dinheiro com isso. negócio. ponto final.



O animal puro... raivoso, provocador. depois disto não há volta a dar, as palavras não passam do que são, não alteram nada, não há negociação possivel. Tarde, demasiado tarde para recolher garras e dentes. Nem queres.

Fight Mode.



Está desenterrado o machado.

JUST BRING IT ON!







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