We all turn back in the end
Por incrível que me possa parecer - confesso que nunca tinha escutado isto antes -, este pedaço de emoção sonora, circula por aí desde.... 2004!!!
Isto é viciante, com aquela capacidade de te por a elevar o volume para lá do suportável de quem te rodear, e em doses repetidas.
Começa suavemente como um bater na porta, um anunciar da sua presença...
Conquistada a nossa atenção, solta-se o lamento num monólogo murmurado, cantado para dentro, numa espécie de auto-conselho, ou apenas... comiseração.
Pausa...
Ganha-se fôlego e coragem. Soa a Radiohead quando a voz ganha peso e dispara, para depois cair no abismo.
Batido no fundo, nada mais há a perder, e LP grita.
Queixa-se.
Mais do que o paradoxo do seu género, lamenta o ciclo vicioso em que todos caímos quando tentamos mudar o imutável. Por mais que nos espalhemos ao comprido, por mais álcool em que afoguemos as memorias, são as mesmas que nos mantêm à tona e recordarão que no final do dia, naquele momento em que estamos apenas com o peso da pele sobre os ossos, regressamos ao principio. Maldição consciente de sentir repetir tudo uma e outra vez. Por mais que tentemos quebrar o ciclo.
LP também soa a Édith Piaf... mas as semelhanças ficam-se pela sonoridade.
Viver no corpo errado não deve ser uma vida em tons de rosa... e sim, LP, contrariamente a Piaf, arrepende-se do que faz.
Mesmo que no final saiba que...
We all turn back in the end.
Comentários
Enviar um comentário