Love on the Brain





Mulheres que não conseguem deixar de gostar de homens que não gostam de mulheres. Ufa!!!


A primeira vez que escutei isto, estava em viagem e pensei logo: "isto é um grande som!"


A voz era familiar... tinha a certeza que já a tinha escutado... mas não conseguia reconhecer.
Pego no smartijolo, clico naquela aplicação que identifica a música só de a ouvir (Shazam), esperei...e...


Rihanna??!!! Não pode!


Mas era. E a letra fez imediatamente sentido. Definitivamente, Rihanna. Num registo sonoro superior -para mim o melhor da linda pikena cantante-, muito soul, soando a sofrimento arrastado e acorrentado a uma inevitabilidade, a um labirinto onde até sabemos a saída correcta, mas preferimos andar por ali, numa auto-comiseração (ou dependência, se preferirem) até sermos empurrados pelos acontecimentos para uma saída menos desejada, mas desde sempre presente e... previsível.


Cosnta que Rihanna teve participação activa na letra, e que este tema até estava para estrear em 2015... mas foi sendo adiado...
Vocês já repararam que nos videos dos últimos grandes temas da pikena, existe água, e banheiras? Será que se sente... "suja" por continuar a gostar de alguém que lhe dá porrada, mas simultaneamente, acende-lhe as luzinhas e faz tinir as campainhas todas? -"It beats me black and blue, but it fucks me so good"-.


Apesar de todo o videoclip caminhar num regresso/fuga ao esconderijo da infantil inocência, Rihanna desfila pelos "mauzões" da sua vida, e por mais que procure ressuscitar a "princesa", Rihanna gosta é de um tautauzinho, não está para ser tocada como um violino. Rihanna dixit: "Got me like, ah, ah, ah, oh / I’m tired of being played like a violin".


Rihanna é apenas um nome igual a tantas outras "Marias", que pura e simplesmente não conseguem deixar de gostar de quem as maltrata.

 Dependência ou distúrbio emocional, caso clínico ou apenas escolha reflectida, há mulheres que apesar de não dependerem economicamente do abusador, continuam acorrentadas. Conscientemente acorrentadas, triplamente vitimas do agressor, da (in)compreensão de quem as rodeia... e pior que isso, vitimas do seu corpo.

 

Com ou sem status, mas garantidamente sem auto-estima. 


E isso... é terrível. 


And it keeps cursing my name
(Cursing my name)
No matter what I do, I’m not good without you
And I can’t get enough
Must be love on the brain.

 

 


 

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