Qual a música ideal para começar? Que primeiros sons serão os mais indicados para iniciar o concerto?
Sim, fiquei preso na escolha. Não que me faltassem músicas para escolher... Nem que vivesse 1000 anos encontraria certamente sons diferentes para partilhar. Mas música não é só e apenas um aglomerado de notas todas encaixadinhas numa pauta que vai sendo executada por um tocador qualquer... Não...
Qualquer bom intérprete pode ler, tocar e cantar uma pauta. Este inquilino olha para a pauta e nada reconhece. Aposto que meu Senhorio também é assim, mas ele não fala muito... Mas para mim, música é emoção, é estado de espírito, é companhia, é vida. Neste campo sou um parasita, aproveito-me do talento de outros, do acto criativo emocional de alguém, para lhe roubar sonoramente as emoções. E é de emoções que me alimento quando escuto algo. Meu gosto musical é abrangente, ouço de tudo um pouco, depende do meu estado de espírito. Desde música clássica ao trash metal, marcha tudo!
Mas hoje, e para despertar o Piano do Sótão, escolho um artista tuga que desde o inicio de sua carreira, ainda numa banda de sucesso, me cantava e encantava os ouvidos.
Esta música é simplesmente linda! E o videoclip, de tão simples que é, com uma fotografia e planos perfeitos, que consegue mostrar e fazer sentir o que a música fala: o de estar tão perto da perfeição, do que sempre se quis, mas pelo motivo mais insignificante, ou simplesmente o medo de perder o "pouco" que se tem, ou saber que nada de bom viria dessa relação, mas que secretamente vive no toque que não acontece (os planos das mãos), nas viagens que não se têm, no quarto que não se partilha... Sente-se a presença ausente, o membro amputado do corpo perfeito, o tempo ferido que passa e que se perde (os planos do relogio, antigo e amassado)... brilhante!
O que podia ter sido, a vida que não se viveu, as caricias que não se trocaram... mas que teimosamente se mantêm vivas num desejo reprimido.
Pessoalmente, não me lembro de ver tamanha simbiose entre videoclipe e música.
ALL THAT I WANTED é uma obra-prima, uma evocação ao ausente sempre presente.
Obrigado, David Fonseca
Sim, fiquei preso na escolha. Não que me faltassem músicas para escolher... Nem que vivesse 1000 anos encontraria certamente sons diferentes para partilhar. Mas música não é só e apenas um aglomerado de notas todas encaixadinhas numa pauta que vai sendo executada por um tocador qualquer... Não...
Qualquer bom intérprete pode ler, tocar e cantar uma pauta. Este inquilino olha para a pauta e nada reconhece. Aposto que meu Senhorio também é assim, mas ele não fala muito... Mas para mim, música é emoção, é estado de espírito, é companhia, é vida. Neste campo sou um parasita, aproveito-me do talento de outros, do acto criativo emocional de alguém, para lhe roubar sonoramente as emoções. E é de emoções que me alimento quando escuto algo. Meu gosto musical é abrangente, ouço de tudo um pouco, depende do meu estado de espírito. Desde música clássica ao trash metal, marcha tudo!
Mas hoje, e para despertar o Piano do Sótão, escolho um artista tuga que desde o inicio de sua carreira, ainda numa banda de sucesso, me cantava e encantava os ouvidos.
Esta música é simplesmente linda! E o videoclip, de tão simples que é, com uma fotografia e planos perfeitos, que consegue mostrar e fazer sentir o que a música fala: o de estar tão perto da perfeição, do que sempre se quis, mas pelo motivo mais insignificante, ou simplesmente o medo de perder o "pouco" que se tem, ou saber que nada de bom viria dessa relação, mas que secretamente vive no toque que não acontece (os planos das mãos), nas viagens que não se têm, no quarto que não se partilha... Sente-se a presença ausente, o membro amputado do corpo perfeito, o tempo ferido que passa e que se perde (os planos do relogio, antigo e amassado)... brilhante!
O que podia ter sido, a vida que não se viveu, as caricias que não se trocaram... mas que teimosamente se mantêm vivas num desejo reprimido.
Pessoalmente, não me lembro de ver tamanha simbiose entre videoclipe e música.
ALL THAT I WANTED é uma obra-prima, uma evocação ao ausente sempre presente.
Obrigado, David Fonseca
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