Os Imortais da Treta
Existe uma fase na nossa vida, ali algures entre o final da adolescência e primeiros anos de maioridade, em que sentimo-nos aspirantes a uma divindade qualquer, cheios de sonhos, certezas e intenções. Uma espécie de imortais, daqueles que vão mudar o mundo.
Depois, e se não nasceste no seio de uma nobreza qualquer ou não fizeres parte da "familia" económico/partidária/lobista, a vida encarrega-se de nos reduzir à respectiva insignificância: estamos muito cá para baixo na cadeia do Poder, pouco acima de... Nada.
É... há coisas que por mais nomes pomposos que lhes atribuamos, nunca mudarão.
Apenas as mascaramos, fingimos não ver, e quando vemos, por cobardia ou mera constastação de impotência... escondemo-nos. Até nos cair em cima.
Depois da desilusão amorosa cantada e filmada, da viagem externa à descoberta simples, egoísta e descomplicada do prazer carnal, Boy Epic choca com o mundo que o rodeia, como testemunha passiva da estupidez violenta que o ser (vou dar o benefício da dúvida e dizê-lo...) humano é capaz de nos proporcionar.
Nada de novo aqui.
Somos a espécie mais violenta e destruidora que este planeta alguma vez teve. Apenas o que mudou foi a sensação de vivência. Antes só nos apercebíamos da sua existência quando a sentíamos na pele ou num redor muito próximo; agora... agora banalizou-se e entra diariamente e em doses massivas pelos canais mediáticos. Habituamo-nos a conviver com ela. Pior, aceitamo-la como... normalidade. Felizmente distante.
Pois...
Mas para Boy Epic essa distância encurtou. Talvez tenha cruzado com uma das estúpidas manifestações pró e contra Trump (sempre o "Nós", os "Nossos"...), talvez tenha despertado que se calhar, aquilo também mexe com o resto dos povos.... Talvez apenas tenha sido um desabafo confortável de sofá... ou um olhar lúcido e distante de tudo... só ele saberá.
Talvez tenha... amadurecido.
Mas como sempre, Boy Epic faz a diferença.
Mesmo usando o olhar de outros.
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